domingo, 14 de abril de 2013


ADEUS 28

Doída é a separação, principalmente as com raízes.
Anos de convivência que se dissipam.
Tanto entrelaçamento, tanto ‘nós’ entre tantos nós que acabam.
Mas após todo o tempo de contato tão íntimo é hora do adeus.
Não houve dia em que não nos sentimos
e não houve noite em que minha língua morna
não mediu sua superfície lisa, em toda sua extensão.
Após esse longo período é fato que você estava dentro de mim
incrustado de maneira que nunca quis extrair, nunca.
Nossos movimentos constantes e ininterruptos
só me foram fonte de prazer e satisfação, isso não hei de esquecer.
Mas decepções sempre afloram,
e nunca imaginei que você pudesse me causar a dor de agora,
das últimas semanas.
Dor essa de maneira intensa e definitiva que não posso mais permitir,
que se faça mais doer.
Por isso, a partir de hoje não sentirei mais saudades,
apesar do vazio que vai me deixar, gozo do prazer de te dizer adeus
e te jogar no lixo, maldito dente 28, o do siso.