domingo, 29 de janeiro de 2012


AROMA  BUCÓLICO

Não devia acabar aquela tarde
O beijo do sol, a grama e o lago
O azul com verde e o pé descalço
E no fim da tua mão aquele afago

Não devia derreter aquele sorvete
Que apagava o incêndio das bocas
Escorria, adoçando o sal da pele
De uma tarde ímpar como poucas

Não devia findar a harmonia do canto
Dos pássaros invisíveis nas copas
De uma paz que não me lembro quando
Se fará outra vez tão cor-de-rosa

Não devia correr aquela sombra
Deslizando pelas mãos do tempo
Recolhendo as pipas e os abraços
Nos deixando a sede do momento

Talvez a tarde de hoje não venha
Com tantos prendas e aromas bucólicos
Como a de ontem mostrou com resenha
De que a paz e o amor não são sólidos.

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