OLHA LÁ O MARROM
Olha lá o Marrom,
tocando pandeiro no bar
Como se o dia nunca
mais fosse acabar
Como se cada batida
fosse o jantar
E como faz a morena
jambo sambar, suar, se acabar
Olha lá o Marrom,
acordado de algum lugar
Que improvisou como
leito pro seu descansar
Como se cada amanhecer
fosse a procura de um lar
Como a certeza de que
dele não há par, ele é singular
Olha lá o Marrom,
pedindo vaga pra jogar
Como se ninguém ali
fosse do seu patamar
As quatro linhas e a
trave retangular
Mais que isso só uma
nêga pra amassar, amar, beijar
Olha lá o Marrom,
trazendo o passado a chorar
Lamentando os erros,
tropeços a sussurrar
O rio de desespero que
não encontra o mar
Mas olha lá o Marrom
voltando a batucar
Olha lá o Marrom a sonhar, se
gabar, a
enfeitar, a
enganar
Olha lá o Marrom
chegando pra almoçar
Nenhum comentário:
Postar um comentário