quinta-feira, 29 de novembro de 2012


A  PALAVRA  LANÇADA

Numa discussão as palavras viram facas
e todos saem cortados, feridos,
com suas almas rasgadas, mutiladas.
Aquelas frases que atravessam a carne.
Aquele som surdo de estilete.
E ‘ai’ de quem fica na frente,
daquelas letras juntadas às pressas,
daquelas mentes que mentem depressa,
ou despejam verdades que matam

Assim são as trocas de ofensas.
Esse equilibrar sobre a escada pensa
em que ninguém vai a lugar nenhum.
Depois vem o amargo da boca seca,
a digestão que de maneira alguma se faz.
Nuvens negras.

Depois, todo silêncio incomoda
pelas horas que se seguem mornas
correndo entre as ruínas e suas almas tortas.
Expressões inquietas e gestos poucos...
Dejetos que não se limpam.

A palavra que é lançada, nos dizendo, apontando
Sem ensaios, adornos ou economias.
Depois nem adianta tentar se aquecer
Nesse ambiente de ruínas frias...

Nenhum comentário:

Postar um comentário