quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


O BALÉ DAS CORES 

Existe lilás na borda do amanhecer
Existe aliás outras cores a se perfazer
Existe sei lá, intervalo entre a dor e o prazer

Existe vermelho no lábio das rosas
Curvas generosas, estreitos caminhos
Aroma calado em linguagem de prosa

E o amarelo, fruto em queda livre
Das mãos da mãe ao solo, teu colo                  
O ciclo que gira o mundo e teu tudo                

Astro soturno suspenso no negro
Figura entre as linhas do meu desapego
Nas áreas baldias da solitude minha

Eis que no desabrochar de uma alegria
Quando o sol craveja suas espadas brancas
Eu suspiro aliviado as restantes energias

E num sorriso bege eu contemplo o céu azul
Anil, febril, rabiscado de cinza ao meio-dia
Porém vestindo de verde a esperança que já caía 

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