quarta-feira, 18 de maio de 2011

PASSEIA  TEUS  PÉS

Passeia teus pés na grama molhada
Os pés descalços
Libertos de calçados e rumos rápidos
Passeia...
Passeia tua dança na terra
Entrega teus passos
Aos ares sem compromisso
Não leia os avisos
De que é proibido passear na grama...
Desencana,
Passeia apenas
Ao som inaudível que te chama
Os pés leves e desavisados
Os pés que já não sentem calos
Os pés que giram
E as vezes são alados...
Passeia tua infância
De salto em salto no tapete escuro
No verde enxuto, de preocupações
Passeia...
Vagueia teus pés, passeia
Banhe-se de sol ameno, morno,
Brinque com os raios tímidos
Que quase não chegam no teu corpo
Clareia...
A vizinhança, amanhecida fria
Parte do teu palco,
Que demais clareia, semeia,
Alegria viva e demais alheia
A correr entre os teus pés
Que sem cessar passeiam...

Um comentário:

  1. Rico, a imagem já é uma poesia, de vida, de lembranças, de saudade.

    O seu poema é delicado, é um chamado para a vida, de forma serena, séria. E mostra o quanto ficamos/somos sérios na dança da vida.

    abraço

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