domingo, 16 de outubro de 2011

MANCHETE  EM  MINHA  MÃO

A cigana abriu a minha mão
E leu uma manchete interessante
Dizia que abaixo da linha da vida
E acima de qualquer suspeita
Não existe pessoa perfeita
Apenas a que sirva pra mim

A cigana abriu seu sorriso de ouro
E disse que nas entrelinhas do dia a dia
Existem incontáveis tesouros
Enterrados bem embaixo de nossa pressa
Disse a ela que isso muito me interessa
E me dei conta que a ganância não tem fim

A cigana abriu o seu conselho
E enquanto ajeitava seu vestido
Me senti confuso em seu colorido
Minha mão suava nas três linhas
E havia tanto escrito que não tinha
Que não foi possível me lembrar

A cigana abriu enfim a sua mão
E em suas três linhas eu pus três moedas
Agradeci a consulta que nunca marquei
E o que dizia em minha manchete já não sei
Talvez seja pra que eu tome mais cuidado
Pra quando o arco-íris cair na rua
Que atravesse pro outro lado

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