terça-feira, 1 de novembro de 2011


AS MOCINHAS NA PIROGA

A piroga descansava sua madeira
Nas águas límpidas da longe lagoa
Sobre ela duas mocinhas faladeiras
Donas de uma sombra que não tinha proa

Aquela piroga até que resistia
Em escutar a animada conversa alheia
Mas era só uma refém imóvel
Reduto e suporte das duas sereias

Até o crepúsculo se fez mais rubro
Aos dizeres risonhos das comadres
Que tinham de ir embora, porém já sem alarde

Ficou sozinha a piroga a balançar
Até a lua chegar ansiosa, amarela e cheia
Era delas agora o assunto, das horas da noite inteira

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