domingo, 9 de setembro de 2012


TARDE  INSÓLITA

Entusiasmou-se ao dizer ir pra aula, cínico
E caminhou ligeiro com sorriso pândego
Imaginou ser dos espertos o mais sábio
E a certeza de ganhar a tarde por seu mérito

Encontrou a turma e fez sinal em código
Gesticulou a façanha quase em mímica
Dizendo baixinho em tom de cântico
Que fariam da tarde um tempo vândalo

Trataram de tornar a arte válida
E da primeira parte já era virada a página
O álcool se apresentou como rainha líquida
 E todos concordaram na viagem úmida

Chegaram ao destino como sombras trôpegas
Com a alma aprisionada nestes corpos mórbidos
Mas valiam-se da adrenalina para o fôlego
E abriu-se a represa como se chutassem a válvula

Avistou-se a pedra que lançaria os movimentos flácidos
Rumo ao espelho d’água de um escuro pálido
Só cessaram quando o primeiro tornou-se vítima
E retornou do fundo imóvel após chocar-se ao sólido...

Entusiasmou-se ao dizer ir pra aula, cínico
E caminhou ligeiro com sorriso pândego
Imaginou ser dos espertos o mais sábio
E retornou do fundo imóvel após chocar-se ao sólido...

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