sábado, 13 de outubro de 2012


GATUNA

Ela entrou pela janela do banheiro
Sem fazer nenhum barulho
Tal uma serpente no escuro
E ninguém percebeu nada.

Na sala estavam suspensos no ar
Alguns aromas, fumaça e risadas
balançavam copos de whisky
embaralhava-se outra rodada

Ela arrastou-se por atalhos da casa
de mais de vinte e sete cômodos
respirando e pisando feito uma gata
esteve presente sem causar incômodo

Alguns quartos acolheram amantes
E as cozinhas contavam azulejos
A noite não pretendia terminar
E o artista ensaiava um arpejo

Ela levou tudo o que pode
Passando carregada nas sombras
Levou até corações quebrados
Com talento que o dinheiro não compra

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