domingo, 28 de agosto de 2011


ATRAVÉS  DO  UNIVERSO

A resposta está viajando nas costas do tempo,
ou há quem diga que habita seu ventre.
Ela está, e ele, sempre esteve.
Ambos estão a anos-luz daqui, homogêneos,
paralelos ao meteoro que gira imenso e leve,
através do universo.
Se envolvem atrás da cortina negra,
vistos apenas por seleto grupo de estrelas.
A resposta talvez seja rubra,
extraída da pétala-flor,
ou como a lava do vulcão,
escorrendo dos nossos olhos
que por vezes sentem a clara cegueira,
a total escuridão.
Talvez seja fria,
com gosto de bílis
na superfície áspera da demasia.
A resposta é alva.
E para nossa astúcia bifocal
de nada adianta procura-la,
atrás dos sóis e das luas.
Ela está entre o nascimento do astro
e a  enfermidade da Terra,
entre a rotação da esfera
e a galáxia distraída, imersa na espera.
A resposta se forma na poeira cósmica,
através do universo e sob a gestão do tempo,
presta-se somente à seu contentamento.
A resposta espreita.

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