domingo, 4 de setembro de 2011


DOMINGO  DE  PÁSCOA

Da multiplicação da tristeza
se fez o cortejo fúnebre.
E levaram a pouca matéria do anjo
por entre as ruas de Baependi.
A manhã sabia e baixou um tempo nublado,
o comércio também, baixou portas lívidas.
Arrastou-se aquela gente dentro do silêncio
e arrastou-se o silêncio na manhã de domingo.
Os passos eram pequenos mas a dor era grande.
Uma criança chorou outras dores,
talvez daquelas que passam rápido.
Os adultos seguiam funéreos.
As casas espiaram, os cães nem ladraram.
E chegaram, ladeira acima, até o cemitério.
Um túmulo logo ocultou a criança ,
aos olhos marejados daquele povo,
que logo dispersou-se
para dentro do domingo de Páscoa que estava em pausa.
A vida segue e logo,
algumas crianças abrirão seus ovos de chocolate.

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