sábado, 17 de setembro de 2011


IMENSIDÃO  DE  MEIGUICE

Como todos os dias,
espero para te ver passar no fim da tarde e,
assim ter meus poucos segundos de elevação espiritual,
navegar na imensidão de paz que cabe
neste curto momento em que você passa,
apenas passa, timidamente, deixando o rastro de blandície
que lhe transborda tão naturalmente como a flor desabrocha.
Parece que o mundo pára nesse instante.
Toda a realidade submerge
ao abismo oceânico de silêncio estrondoso,
a pavorosa quietude que tenho o dissabor de saber
que só dura esse instante, esse lacônico trajeto.
Eu espero por esse momento sublime todos os dias,
religiosamente, adorador da beleza que passa suave,
deixando seu vestígio de pureza.
Nestes momentos que me apego,
que anseio, acredite, é inevitável meu tormento,
pela felicidade ambígua de nem trocarmos pensamentos.
Os meus, se refugiam ao local desconhecido,
nas sombras dos meus segredos,
longe do seu breve itinerário
e perto do que eu nunca te disse;
que enches meu coração de paz
com tua imensidão de meiguice.

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