segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PÁTIO  DOS  TRILHOS

Quanto vento sem rumo
Sem calor e sem prumo
A se encontrarem afoitos
No Pátio dos Trilhos
Fico sentado por ali
Estático e sozinho
Engolindo o assunto
Vigiando o outono
Contando os ninhos
E as marcas de pombos

Quantos vagões transparentes
Que só na minha mente
Se ouvem seus estrondos
Ali no Pátio dos Trilhos
Eu subo o zíper da blusa
Mais dois degraus e me escondo
Do movimento urbano
Alguns olhares de abandono
Daqui a pouco já escurece
E fecho a janela do sonho

Quanto pecado inocente
Nas pilastras vivas
E nas portas que persistem
No Pátio dos Trilhos
Quanta aparência triste
Na alegre sinfonia dos pássaros
No amarelo da Sala Mário Lago
Que o pôr-do-sol já nem toca
Já nem toma este espaço
Este vasto pedaço
Que o chamam Pátio dos Trilhos

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