terça-feira, 20 de setembro de 2011


LUA  NAVEGANTE

Hoje a lua parece um barco
Deitada no oceano de negro mar
Parece um arco
Que atira flechas como raios cálidos
Parece fácil
O sorriso aberto e exposto
Em alturas sem fim
Tal qual uma bandeira alva
Dos que habitam lugares sagrados
Compartimentos selados
Neste coração dormente em mim

Hoje a lua está no oposto
Deste céu em luto, em desgosto
Como se algo soubesse, se culpa eu tivesse
Me olha fixo essa lua sem rosto
Eu molho meus pés
Em seu reflexo n’água
Desfaço sua forma cheia de voltas
Revolta minha prece amarga de mágoas
Volto a ser andarilho da noite
Que traz a míngua, revela o açoite
Em poder da lua que hoje é um arco
Talvez seja um sorriso
Ou quem sabe um barco

Navegando, navegando...

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