segunda-feira, 19 de setembro de 2011

NAUFRÁGIOS  DA  CAMA

Eu estava submerso em ondas tão fortes
Ondas de rádio a me afogar em acordes
De
uma música morna e envolvente
Que me fez pular da cama
Eu estava navegando e acordei
Pus os pés descalços no chão
E me dei conta de que naufraguei
Eu estava à deriva dentro do meu quarto
Exilado de meu próprio sonho
Será que estou suado? Será que estou molhado?
A brisa que me ataca pela fresta da janela
É o resto do vento que me jogava fora?
Preciso dissipar a noite em que estou
Preciso acende-la no interruptor
Preciso me secar daquele amor, que terror
Vejo que navegava inconsciente
Pela orla da sua geografia, quem diria, quanto tempo
Tantas milhas já passadas dessa história
E ainda não me distanciei de tuas ilhas
Um dia eu buscava teu ouro, procurava tua prata
Eu ansiava ficar rico da tua atenção, ser teu exclusivo sultão
Mas não foi assim, a viagem foi insólita e infeliz
Agora acendo a luz e me ancoro em terra firme
É tão seguro estar de dia
Sem os naufrágios da cama
Seus tempestuosos dramas

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