terça-feira, 13 de setembro de 2011


LIBIDO  LIBERTO

Estamos sós
Dentro da imensidão que existe
Em tudo que reside entre quatro paredes
Onde a solidão terá fome e terá sede
Estamos sós
Sem palavras ou gesto fúteis
Sem razões mas providos de instinto
Somos o único par do infinito
Rasgamos lençóis
Nos tornamos uma só carne e uma só alma
Mistura homogenia, morna fusão
Crescente calor para a erupção
Estamos sós
Nos consumindo até o âmago
Devorando macios travesseiros
Desmontando barreiras incolores
Desatando nós
Palavras inaudíveis que não querem dizer nada
Apenas despejam da boca, caem caladas
Desaparecendo em úmido leito
Estamos à sós
Libido liberto, dissipado, quarto quieto
Somos culpados, vítimas e testemunhas
Pedaços do meu dorso em tuas unhas
Estamos à sós
Estamos com o que resta de nós
Estamos felizes como o sorriso lunar
Com a falta de perspectiva de sair do lugar
Quando estamos livres, absolvidos e à sós

Um comentário:

  1. ...que delícia de post!

    a cumplicidade dos amantes,
    em eterna poesia.

    bjokas com saudades!

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